Sob aplausos das mais de 300 pessoas que participavam da Plenária Popular em Defesa do Hospital Centenário, na noite de segunda-feira, dia 28, o prefeito Ary Vanazzi assinou o decreto que transforma em 100% SUS os serviços prestados pela instituição. Um conjunto de medidas para redimensionar os serviços ao seu real custeio serão postos em prática durante 60 dias, a contar de setembro. Uma das medidas será tornar toda a capacidade instalada do Centenário para o atendimento à população que utiliza o Sistema Único de Saúde. “Queremos salvar o Hospital para salvar a cidade. Porque o Centenário é uma fundação que deveria ter receita e despesa, mas na realidade é como se fosse uma secretaria do governo. Agora estourou, não dá mais”, ressaltou o prefeito.
O município passa por uma grande crise financeira herdada da gestão anterior que lhe obriga, inclusive, a parcelar os salários do funcionalismo desde o início do ano. Em síntese, o decreto de número 8.843 determina que a Fundação Hospital Centenário destine 100% de seus serviços de saúde, ambulatoriais e hospitalares, exclusivamente ao Sistema Único de Saúde e concede prazo de 60 dias para que a Fundação proceda todas as adequações necessárias.
Durante o mês de agosto, o prefeito Ary Vanazzi já havia anunciado que, se os repasses financeiros do governo do estado e da União não aumentassem, o Centenário poderia deixar de atender cerca de 1,2 milhão de pessoas de cidades dos vales do Sinos, do Caí, do Paranhana e da Região Metropolitana para as quais o hospital é referência em especialidades médicas como oncologia, neurologia, Rede AVC e nefrologia. O impasse continua e decisões sobre o encerramento dos serviços médicos à população de fora de São Leopoldo deverão ser tomadas dentro do prazo de adequação necessária estabelecido pelo decreto, ou seja, 60 dias. Hoje, a Prefeitura de São Leopoldo custeia cerca de 70% da Fundação Hospital Centenário, o governo federal pouco mais de 26% e o governo do estado menos de 3%.
Em relação ao atendimento de neurologia e neurocirurgia, continuarão sendo atendidas urgências e emergências de pacientes dos 15 municípios para os quais o Centenário é hoje referência na rede de saúde. Porém, estes atendimentos já podem ser suspensos a partir de 1ª de setembro para novas consultas e para as cirurgias eletivas.
A plenária aconteceu no auditório do Colégio São Luís, na avenida João Corrêa (Centro de São Leopoldo) e teve a participação de autoridades como o deputado federal Dionilso Marcon e os deputados estaduais Altemir Tortelli e Tarcísio Zimmermann que, à tarde, participaram da audiência pública na Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa em que se debateu alternativas à crise financeira do hospital. Também estiveram presentes a vice-prefeita Paulete Souto, vereadores de várias bancadas da Câmara Municipal e representantes sindicais, da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), de ONGs da área assistência social, líderes religiosos, presidentes e diretores de associações de bairros, além de funcionários e funcionárias da Fundação Hospital Centenário.
[Jornalista Ana Garske | MTb 8443 | Fundação Hospital Centenário | Fotos: Rodrigo Machado | Decom PMSL | Edição: Henri Figueiredo | Colaboraram: Gabriela dos Santos e Aline Marques | Dec