Fechamento de emergência é determinado por protocolo

A superlotação nos hospitais públicos é um problema real em todo o Brasil e, infelizmente, em São Leopoldo o caso não é diferente. Como consequência, as emergências são obrigadas a serem fechadas por alguns períodos para garantir aqualidade no atendimento, proteção aos pacientes e segurança à equipe de trabalho. “As pessoas têm dificuldades de entender que não se fecha uma emergência por opção. Para nós é um grande transtorno, mas temos um protocolo a seguir que nos obriga a suspender as atividades e informar diversos órgãos municipais e estaduais no caso de estarmos com todos os leitos ocupados. Mesmo assim, casos que representem risco de morte jamais deixam de ser atendidos”, explica o diretor médico do Hospital Centenário, Breno Milmann.

Mas, afinal, o que provoca a superlotação hospitalar? O debate sobre suas causas pode continuar por longo tempo, mas muitos concordariam que ela é o resultado de uma série de fatores complexos. No município, um desses fatores é que a cidade possui apenas um hospital com 193 leitos para atender uma população de 220 mil pessoas. No entanto, com o valor da receita do hospital sempre abaixo do valor da despesa e sem os repasses do governo estadual (que está em atraso etotaliza quase R$ 5 milhões) é impossível trabalhar a abertura de leitos no Centenário.

Outro importante fator que contribui para a superlotação é a quantidade de pessoas atendidas no hospital sem a necessidade de urgência. “As pessoas correm para o Centenário em qualquer horário e com qualquer problema de saúde. Esquecem-se de que temos dois postos 24 horas, na Feitoria e na Campina, que estão equipados para receber até mesmo pacientes com parada cardíaca. E nos postos o atendimento é muito mais rápido que no hospital, já que trabalhamos com prioridades”, diz uma das enfermeiras responsáveis pela triagem dos pacientes no pronto-socorro.

O sistema utilizado tanto no hospital, quanto nos postos, é o de classificação de risco, ou seja, na triagem é identificada a gravidade entre os pacientes e o atendimento é feito a partir daí. Por esse motivo, pessoas que chegam com problemas mais simples são atendidos por último e não mais por ordem de chegada como anteriormente. Conforme a enfermeira, em apenas três horas de atendimento nesta manhã chegaram 35 pacientes na emergência. Desses, apenas dez precisariam de atendimento emergencial. O restante apresentava problemas que poderiam ser facilmente resolvidos nos postos de saúde.

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