A equipe de neurocirurgia do Centro Avançado de Neurologia e Neurocirurgia (Ceanne) do Hospital Centenário realizou, durante 17 horas seguidas, entre a segunda e a terça-feira dos dias 14 e 15 de agosto, uma cirurgia rara para a retirada de um tumor localizado na junção crânio-cervical, denominado cordoma, que afetava toda a transição entre o crânio e a coluna cervical. A paciente, uma jovem de apenas 17 anos moradora de Novo Hamburgo, teve o tumor inteiramente removido. Este tumor estava causando dificuldades de deglutição e fala, e a paciente e seus familiares tinham conhecimento de que se nada fosse feito a doença iria tirar a vida da paciente. Ela se recupera na UTI do Centenário e não corre risco de sequelas neurológicas. De alto custo e feito em poucos hospitais do mundo pela sua complexidade, o procedimento foi custeado inteiramente pelo SUS.
Há três semanas, a mesma paciente foi submetida à primeira etapa deste longo procedimento, em uma cirurgia que levou 7 horas, para a fixação da coluna cervical, na parte de trás do crânio, retirando a parte de trás do tumor. “Esta primeira intervenção foi preparatória à cirurgia realizada esta semana. Nesta segunda etapa, os neurocirurgiões e o cirurgião bucomaxilofacial acessaram o tumor por debaixo da mandíbula e fixaram a coluna pela frente”, explica o neurocirurgição do Ceanne Centenário, Dr Gustavo Isolan.
Realizaram a cirurgia os neurocirurgiões Leandro Dini e Gustavo Isolan, além da residente em neurocirurgia do Ceanne Centenário Evelise Flores e do cirurgião bucomaxilofacial Michel Martins Guarenti.
Somente no mês de julho, foram feitas 63 neurocirurgias de alta complexidade pela equipe do Ceanne Centenário para pacientes do SUS residentes em São Leopoldo e nas cidades de referência para as quais o Hospital é referência. Conforme o Dr Leando Dini, este tumor é extremamente raro e difícil de operar. “O pior aconteceria se não existisse um centro de neurocirurgia tão capacitado para atender pacientes do SUS como o de são Leopoldo.”