Foi assinado, nesta segunda-feira, o acordo implantação do Contrato Organizativo de Ação Pública Ensino-Saúde (Coapes) com a Unisinos. Assinado pelo prefeito Ary Vanazzi e pelo reitor padre Marcelo Fernandes de Aquino, o acordo estipula as regras, contrapartidas e compromissos pactuados entre as instituições de ensino e os gestores municipais do Sistema Único de Saúde (SUS). Na prática, formaliza as ações que ocorrem desde 2017, com o ingresso de 65 estudantes de medicina na rede pública. Em fevereiro de 2019, ingressará a terceira turma, totalizando 195 alunos. Mais do que reestruturar a parte física, a universidade terá um papel estratégico na administração. Atualmente, um professor da área de Gestão Hospitalar da Unisinos trabalha no apoio à implantação de consultorias e execução das ações planejadas no âmbito do Projeto Hospital Escola.
“Muito do que evoluímos na cidade tem a ver com a Unisinos, seja pelos projetos implementados seja pela formação dos nossos profissionais”, ressaltou Vanazzi, diante dos convidados que lotaram a sala de reuniões do Gabinete. O mesmo contrato será firmado com outras instituições de ensino em saúde que têm parceria com o município.
O reitor da universidade, padre Marcelo Fernandes de Aquino, afirmou que o curso de Medicina foi um sonho “acalentado por anos” e que a parceria com o Hospital Centenário será fundamental. “Desenvolvemos a convicção de que a Unisinos poderia ter o curso sem ter um hospital próprio. Aliás, universidades quase faliram para sustentar instituições próprias”, lembrou. Por fim, reforçou o planejamento de unir saúde preventiva com tecnologia. “Fizemos um desenho para os próximos 10 anos, que agregue atenção básica, que desafoga o trânsito dos hospitais, somado com a pesquisa de ponta, em parceria com universidades do exterior”, destacou. Estiveram presentes no ato a vice-prefeita Paulete Souto, a presidenta do Hospital Centenário Quelen Silva, o secretário da Saúde Ricardo Charão, o gerente administrativo da Unisinos Alexandre Wolffenbuttel, além de autoridades municipais e diretores do curso de Medicina. Rede pública conta com 433 estudantes
A inserção dos cursos da Escola de Saúde da Unisinos na rede pública de São Leopoldo já acontece há mais de 30 anos por meio da participação de alunos da enfermagem, psicologia, fisioterapia e nutrição. Mas ganhou novo fôlego com o curso de Medicina. Desde 2017, a Unidade Básica de Saúde (UBS) Cohab Feitoria conta com 65 estudantes realizando inserção junto às famílias de gestantes ou com crianças pequenas. Nesse ano, a UBS ganhou o reforço de 61 novos alunos, assim como o Espaço Santa Marta, que acolheu outros 69.
Até 2017, a rede pública contava com um total de 268 alunos da área da saúde em sua rede pública. O número saltou para 433 neste ano. Estudantes na rede pública de saúde em São Leopoldo
Graduação
254 Atenção Básica
22 Atenção Secundaria
47 Atenção Terciária
1 Vigilância em Saúde
1 SEMSAD Pós – Graduação
15 Residentes na RAPS e RAB
32 alunas Enfermagem Obstétrica na AB
5 pesquisas (PPG Psicologia, PPG enfermagem e PPG Saúde Coletiva) Investimentos de R$ 500 mil em reformas
Na solenidade de hoje, incluso no acordo de parceria, foram apresentados os projetos arquitetônicos das obras que a universidade fará na rede pública: e reforma da Clínica 2 do Hospital Centenário e a ampliação da Unidade Básica de Saúde (UBS) Cohab Feitoria. Somados, os investimentos chegarão a R$ 500 mil. Na UBS será implantada uma nova estrutura com dois consultórios e uma sala de aula para 40 alunos. O pacote inclui instalação de wifi, de mobiliário e de dois consultórios clínicos, instalação de acessórios para consultório (estetoscópio, esfigmomanômetro, abaixador de língua, luva, otoscópio, martelo, oftalmoscópio, negatoscópio, fita métrica, balança para adulto e criança) e transferência de mobiliário e equipamentos da Unisinos para sala de aula. A projeto prevê 100 metros quadrados a mais de área para atendimento. No Hospital Centenário, o espaço escolhido foi a clínica médica. Trata-se do primeiro espaço em que os alunos do curso de Medicina entram no Hospital. Será um piloto de ensino em serviço no hospital, cujo modelo gradativamente será replicado para outras áreas. A universidade atuará em todas as frentes: capacitação, processos, infraestrutura física e de equipamentos. O local abrigará 16 leitos e passará por uma reforma geral, com substituição de piso, rede elétrica e pintura. Também haverá uma sala de aula para 20 alunos. A obra inicia ainda em dezembro e tem previsão de entrega para fevereiro de 2019.
[Romeu Finato – Jornalista MTb.12.042 | Scom/PMSL]
