“O projeto de reforma, ampliação e modernização do Hospital Centenário não é mais da Unisinos ou da Prefeitura, mas de todos. Recebi o documento das mãos do reitor, o padre Marcelo Fernandes Aquino, e entrego à comunidade, que deve abraçar esta causa. Nós, como Administração Municipal, não mediremos esforços para viabilizar este grandioso projeto, que nasce com o único objetivo de beneficiar à população”, destacou o prefeito Anibal Moacir na abertura da reunião com lideranças políticas e membros do Conselho Diretor da Fundação Hospital Centenário.
No encontro, realizado na manhã do dia 11 na sala de reuniões do Gabinete do prefeito, Moa explicou que o projeto de engenharia civil e financeiro foi custeado pela Unisinos. “Assim começou a parceria. Não teve gasto público. Precisamos agora do apoio da Câmara de Vereadores para a mudança na gestão, para que possamos reforçar a parceria, inclusive com o exterior, no caso da Medical Valley”, ressaltou o prefeito, lembrando que todas as siglas partidárias, independentemente de representação na Câmara de Vereadores, foram convidadas para a reunião desta sexta-feira.
Aos vereadores e lideranças de partidos presentes no encontro (PP, PDT, PSB, PSL, PSD, PMDB, REDE, DEM, PR, PROS), o prefeito explicou que a Fundação Hospital Centenário segue pública, com funcionários estatutários e atendimento ao SUS. “A modernização do Centenário é um clamor de médicos, pacientes, familiares e empresários, que querem seus funcionários atendidos em São Leopoldo. Por isso, queremos ser sustentáveis, ampliando leitos para convênios, mas garantindo 70% das vagas para o SUS”, realtou Moa, acrescentando que o projeto do novo Complexo Hospital Centenário chega somente agora para apresentação porque demandou mais de dois anos de estudos.
LEGISLAÇÃO – Para que o projeto do novo hospital possa ser implantado, um projeto de lei prevendo a modernização da legislação que rege a Fundação Hospital Centenário será encaminhado à Câmara de Vereadores nos próximos dias. “O planejamento da gestão deve ultrapassar mandatos. As ações devem ser pensadas a médio e longo prazo”, destacou a procuradora-geral do Município, Ângela Molin. Falando em nome do Conselho Diretor, Hildergard Rech, representante do Sindicato dos Contabilistas, enfatizou que da forma como está é difícil administrar o hospital. “É necessário que o Legislativo e a comunidade apoiem a proposta da nova formatação administrativa. Hoje, a presidência da Fundação do HC precisa decidir situações que não é do seu alcance. Com a nova lei, eles terão o respaldo do Conselho, que ajudará na tomada de decisões.”
Imagem do Centenário resgatada
Para o prefeito Anibal Moacir, o Complexo irá mudar o conceito em saúde e fortalecer a imagem do hospital. “Eu nasci no Centenário, meus filhos nasceram no Centenário. Minhas netas não. Precisamos recuperar a imagem do nosso hospital. E juntos, poder público, universidade e parceria privada, podemos resgatar o nome da instituição”, frisou o prefeito, que fez questão de manter o nome Centenário no projeto.
O presidente da Fundação Hospital Centenário, Gilso Gotardo, destacou que os primeiros passos já foram dados. “Já estamos licitando uma primeira parte que é a reforma de leitos do Centenário. Esta obra será feita com o recurso que o Hospital tem garantido há mais de três anos, inclusive, já está aprovado pela Caixa. O prazo de entrega da proposta é nesta próxima quarta”, disse.
Gotardo explicou que a primeira fase da obra está orçada em R$ 60 milhões. “O Município entrará com recursos oriundos da venda de áreas. Há mais um valor de uma ação judicial antiga, que juntos somam um terço do valor da primeira parte do projeto”, adiantou. O restante virá da comercialização de espaços nos empreendimentos imobiliários – um prédio garagem, um hotel para eventos e um centro de especialidades médicas que serão construídos na área dos fundos do HC.
Também estiveram presentes no encontro, a coordenadora do curso de pós-graduação em Saúde Coletiva da Unisinos, Nêmora Barcellos, o consultor Cláudio Seferin, e o arquiteto Gustavo Seferin.
SAIBA MAIS
O novo complexo Hospital Centenário amplia a área construída de 16 mil para 36,5 mil metros quadrados, e sua estrutura atual será adaptada e reformada. O investimento projetado é em torno de R$ 176 milhões na reforma, ampliação e modernização.
Entre as principais características do novo Centenário estão a sua sustentabilidade, o atendimento de saúde suplementar, a humanização dos espaços e a preparação para as funções do ensino médico.
O HC passará a contar 325 leitos SUS (hoje são 220) e 120 saúde suplementar
A capacidade do Pronto Socorro saltará de 300 para 700 atendimentos de emergência por dia.
40 leitos de UTI adulto (hoje são 10), 20 neonatal (também 10 atuais) e 10 pediátrico (atualmente não há)
Bloco com 13 salas cirúrgicas ¿ hoje são seis
Centro Obstétrico com 2 salas cirúrgicas ¿ inexiste atualmente – e 5 PPP (salas de pré-parto, parto e pós-parto) ¿ atualmente só há 2 salas de parto e pós-parto
Já o bloco cirúrgico, hoje com seis salas, terá 13.
Meta é ser referência em alta complexidade: Oncologia (Diagnóstico, cirurgia, quimio, radio e radiocirurgia), Neurologia/neurocirurgia com especialização em cirurgia da epilepsia, Nefrologia, Cardiovascular e Traumatologia.