A retomada do aporte de R$ 180 mil mensais, valor que já era repassado e foi suspenso em 2016, e a abertura de uma negociação com os municípios da região para discutir a possibilidade de remanejo de recursos de outros hospitais ao Centenário. Esta foi, em síntese, a proposta do Estado em resposta ao pedido de ajuda do Município para manter-se como referência em atendimento para mais de um milhão de pessoas nos vales do Sinos, Caí e Região Metropolitana.
O prefeito Ary Vanazzi, acompanhado do secretário de Saúde de São Leopoldo Fábio Bernardo da Silva, e do presidente da Fundação Hospital Centenário, Nelson Piovesan, esteve reunido com o secretário de Saúde do Estado do RS, João Gabbardo dos Reis e seu adjunto Francisco Paz, na tarde desta segunda-feira, 21 de agosto. De acordo com o secretário Fábio Bernardo, houve avanço nas negociações com o governo do Estado, que está disposto a renegociar a Gestão Plena de Saúde na região, “mas o que eles propõem ainda é insuficiente para manter os serviços do Hospital Centenário, e, portanto, estaremos avaliando nos próximos dias o que fazer diante deste quadro”.
Apesar de o Estado se comprometer em intermediar o debate regional, a proposta feita pelo secretário de Saúde João Gabbardo dos Reis durante audiência na tarde desta segunda-feira, dia 21, não muda o quadro dramático, muito menos garante que o Hospital Centenário possa continuar mantendo os serviços de neurologia e neurocirurgia a pacientes dos 15 municípios de referência. “Nós vamos avaliar tecnicamente a proposta e nos pronunciaremos em seguida. Hoje, não temos segurança em dizer que em setembro teremos condições de continuar prestando o serviço de neurologia”, disse o prefeito Ary Vanazzi.
O custo para manter o Hospital Centenário de portas abertas é de R$ 9 milhões por mês, sendo que a Prefeitura de São Leopoldo repassa R$ 6,3 milhões mensais de recursos próprios. Ou seja, a Prefeitura arca com quase 70% do financiamento global do hospital, o governo federal repassa 26,61%% e o governo do Estado do Rio Grande do Sul apenas 2,95% – o equivalente a R$ 235 mil por mês.
Além disso, o Hospital Centenário atende com 200 leitos massivamente o SUS. Outros hospitais importantes da região, alguns com menos leitos pelo SUS, recebem mais recursos do Estado e da União, situação que é reconhecida pelos gestores da Secretaria da Saúde. “Temos entendimento de que alguns recebem diferenciadamente e queremos buscar uma nova composição para tentar corrigir estes equívocos, admitiu o secretário adjunto de Saúde do RS, Francisco Paz.
Pelo Centenário, também participaram da reunião o vice-presidente Administrativo Anésio Bohn, a vice-presidente de Operações Lilian Silva, e a procuradora Fernanda Klein. A coordenadora do curso de Medicina da Unisinos, Nêmora Tregnago Barcellos, representou a Universidade.